Hoje amanheci em Turim. O Benfica vai para a sua 10.ª final europeia. Eu, como sou um bocadinho mais novo, vou para a minha 5.ª final. Mas sei tudo sobre as finais anteriores que, por motivos óbvios, não pude assistir em tempo real. Mas isso não é razão para não me sentir bi-campeão europeu. Sou-o como se tivesse andado com o Eusébio ou o Águas nos relvados de Berna e Amesterdão. Não consigo viver o Benfica de outra forma.
A primeira final europeia de um clube português a que tive o privilégio de assistir pela tv foi no ano de 1983. O Benfica disputava na altura a sua sexta final europeia. A completar quase 7 anos, estava já habituado a ver o Benfica ganhar. Sempre. O Anderlecht acabaria por levar a melhor mas ficava a certeza de que o Benfica haveria de voltar aos grandes palcos para levar a taça que eu sentia ser sua por direito próprio. Afinal era o meu Benfica. O nosso. Meu e de muitos amigos da escola. E dos pais de muitos outros amigos. E mesmo de muitos desconhecidos que ouvia falar pela rua cujos únicos amigos em comum eram o Bento, o Pietra, o Humberto, o Chalana ou o Nené. Também por isso parecia muito injusto não termos direito a ficar com a taça no Estádio da Luz.
Entretanto venceram-se campeonatos, taças, supertaças, dobradinhas e atingiram-se outras finais europeias. A sorte voltou a não querer nada connosco. As glórias de outrora deram lugar a outras de igual estatuto. Chorei as mesmas lágrimas do Silvino, do Veloso, do Rui Águas, do Mozer, do Paneira ou do Valdo.
Mas o pior ainda estava para vir. O clube que me tinha habituado a ver ganhar mais do que qualquer outro entrou em crise. Trocou os grandes palcos por exibições medianas. Em lugar de chorar abraçado a grandes nomes fi-lo, durante alguns anos a fio, abraçado a nomes cujo apelido é até difícil de pronunciar. Mas sempre acreditei que o meu Benfica era aquele de 83, ou 88 e 90. E não o outro que andou perdido durante alguns anos. Mas regressou. Ainda a tempo de me trazer outras finais europeias e muitas vitórias. E de me fazer chorar de alegria, agora ao lado do Gaitan, do Luisão, do Lima e do Garay.
Hoje amanheci em Turim, já disse?! Mesmo sem sair de Rossas. Para que o ambiente fosse perfeito fui buscar aquela cassete dos “Campeões do Benfica” que a minha mãe me deu como prenda de anos em 1987 depois de teres conquistado aquela fantástica dobradinha. Ainda sei as letras de cor.
É a tua 10.ª final europeia Benfica. A minha 5.ª. Vê lá se trazes hoje a taça para nossa casa que eu prometo arranjar por cá um espaço para ela. Faz isso por nós. Por mim. É que gostava muito de chorar abraçado ao meu irmão. E hoje até parece estar um bom dia para isso…
5 comentários:
Hoje é o dia, Miguel ;) Mesmo sendo Portista tenho esse feeling e logo espero que ganhem. Francisco Costa
Olá Miguel Brandão! Ando à procura dessa famosa cassete, também tive, mas desapareceu..lol as músicas são muito engrçadas, consegue me arranjar uma cópia, please! Obrigada!
Cara Edite.Tenho isso gravado no computador.
Deixe um endereço de e-mail pr o qual eu possa enviar as músicas e eu terei todo o gosto em enviar.
Abraço.
Miguel Brandão
Muito Obrigado. mande para o meu mail.
edite.ildefonso@hotmail.com.
Estou ansiosa por receber.
Saudações Gloriosas.
Olá!
Continuo à espera!
Não se esqueça!
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