A Banda Musical de Arouca em 1988 - As minhas Bodas de Prata

 A Banda Musical de Arouca em 1988 


Dedicado a todos os músicos, ex-músicos e simpatizantes da Banda Musical de Arouca.

Nota prévia: 
Peço imensa desculpa mas há um músico na foto que, por estar um bocadinho mais escondido atrás do Sousa, não consigo identificar. Já pedi ajuda mas não fui bem sucedido. Penso que poderá ser o "Nino". Caso não seja verdade cá estarei para corrigir essa gralha.
Quanto aos nomes dos músicos e respectivos apelidos é possível que haja imprecisões mesmo apesar de ter consultado músicos mais antigos para que a informação chegasse aos leitores da forma mais precisa possível. Desde já me penitencio pela referida lista de nomes não estar completa. Há apelidos que não consegui ainda descobrir e outros que, pela sua originalidade, podem até conter erros ortográficos. Estou, portanto, aberto a todas as críticas, sugestões e informações que me possam facultar para corrigir a informação nele contida.
Um agradecimento especial a todos que me foram ajudando nesta minha pesquisa sobre os músicos do ano de 1988.

Elementos presentes na foto da Banda Musical de Arouca em 1988

Maestro:
Sr. Aristides Noites (Cavaquinho de Ponte de Telhe)

Flauta:
Maurício Noites (Guedes Fledes)

Requinta:
Miguel (Cebolinha)

Clarinetes:
Sousa 
Valdemar (Mejengro)
Jorge Azevedo (Anita)
Vítor Coelho (Mascote)
Alfredo Vieira (Morre em Pé)
José Ferreira (Zé Nabo)
Fernando Antunes (Rolão)
Hernâni (Esquinudo)
Vítor “Sapateiro” (Cortiço)
Manuel Noites (Chouriço)
António Ferreira (ET, Pisa Macio)
Paulo Azevedo (Topo Gígio)

Saxofone Soprano:
Manuel Moreira (Cinco Tostões)

Saxofones Altos:
Pereira Luís (Couve Flor)
Vítor Fontes (Tintin)
José Brandão (Nino)

Saxofones Tenores:
Sr. Garrido (Pelinho de Leite, O da Montra)
Aristides Noites “Tidó” (Melúrias, Bigodes de Fornos, Padrinho)
Carlos Alberto Carreira (Gansolino)

Saxofone Barítono:
Sr. Correia (Suguita)

Trompetes e Cornetins:
Cravo
Quim Carvalhinhas (Linita)
Sr. Silva (Quinze Tostões)
Pinheiral (Doninha)
Sr. Manuel “Nevoeiro” (Carrocho)
José Luís Alves (Salsicha)
José Fernando “Irmão do Cinco Tostões”
António Teixeira (Passarinho)
Mauro (Chaka Zulu, Coca-Cola, Zagui, Porta-Chaves)
Henrique (Colibri)

Trombones:
Raposo (Panela de Pressão)
Amadeu (Corió, Olhos de Pita Assada)
José Luís (Repolho)
Pedro (Giló)

Trombones de Canto:
Sr. Silvério
Carlos Almeida (Concha)

Bombardinos:
Carlos Carvalhinhas (Galório)
João Pedro (Chiquinho)

Trompas:
Sr. Silvino (Pombo Derrabado)
Augusto Coelho
Tozé (Bota Botilde)

Contrabaixo:
Artur Saramago (Caga e Tosse)
José Dinis (Mendonça)

Tubas:
Sr. Soares (Tendeiro)
António Pinho (Neco)
António “Pau Preto” (Cola Cao)

Percussão:
Vicente (Senhor dos Aflitos, Carneiro do Chelra)
Carlos Almeida “Russo” (Mal Acabado, Nero, Bacatero)
Sr. Manuel “Pinga” (Padre Preto, Bengala, Cheli)
Vítor Cruz (Periquito)
Quim Albano (Susto)
Beto (Speta Figos)

Não estão na foto mas também eram músicos nessa altura:

Flauta:
Franklim (Chinês)

Trompete:
Carlos (Aguilhão, Periscópio)

Bombardino:
Zé Maria

Empregado/Arrumador:
Sr. Artur Pinho (Cuco)

“O olhar retém-se e espalha-se, calmo e profundo, ao longo da imensidão que encerra uma simples fotografia. Ali, retratados, para além das margens que a fotografia impôs ao tempo, ao espaço, à realidade, estão muitos outros, iguais e diferentes. Por detrás de cada um está uma história, tal como antes. Histórias de cada um, que faz a história de todos estarem ali, perfilados, onde antes tinham estado também outros, iguais mas diferentes deles. (…) 
No futuro outros olharão para esta mesma imagem, para as outras imagens. E por certo quererão contar toda a história destas imagens. Mas não conseguirão, porque toda essa história é feita de muitas histórias. Histórias de cada um, histórias de todos, (…). Mas sobretudo de uma união que fez, faz e fará a força. Esse sentimento de grupo é algo que perdurará sempre. Será essa a grande história que ficará para contar para quem encontre génio suficiente para exteriorizar esse sentimento. (…) 
Sim, é verdade. (…) ainda que por vezes a união falhe, a discussão surja, as divergências se evidenciem. Ao fazer-se silêncio (…), tudo desaparece. Fica apenas a vontade de se ser parte integrante desse todo, de se contribuir para que algo parta dali para o infinito. E isso supera tudo… 
Click!” 
O Retrato da “Música”, Ivo Brandão 
In “A Defesa de Arouca”, 29 de Setembro de 2000 


Escrevo este texto como quem se senta numa pedra para descansar porque o caminho é longo e é preciso recuperar as forças. Naquele que foi o álbum de despedida dos Scorpions, podíamos ouvir a certa altura na voz do Klaus Meine: The best is yet to come. Uma bonita forma de dizer adeus que poderia ser também e muito bem uma querida forma de continuar. Hoje, sentado na tal pedra, recordando alguns dos inúmeros momentos inesquecíveis que a Banda Musical de Arouca me deu, acredito profundamente que o melhor ainda estará para vir. É o espelho da confiança total que deposito nesta nova geração de músicos que se estão a fazer homens nos mesmos moldes que me puseram há tanto tempo atrás. E isso, acreditem, é o melhor que poderia desejar. 
Entrei para a Banda Musical de Arouca como aprendiz em 1986 mas foi apenas a 30 de Março de 1988, depois de quase dois anos de preciosas lições de solfejo e instrumento, que me estreei como músico. Foram 25 anos de um percurso com momentos de prazer difíceis de igualar. Mesmo havendo dias melhores e dias menos bons. Nessa altura, muitos dos que agora são meus colegas músicos na Banda ainda nem sequer tinham nascido. E é também para esses que serve este texto, para que sintam as diferenças inevitáveis e compreendam o muito de bom que perdurou e como a nossa História se foi desenrolando. Porque muitas coisas hoje são forçosamente diferentes embora, no fundo, sejam iguais a tantas outras que se faziam. Porque, como escrevia o Ivo no artigo que transcrevi inicialmente, “antes tinham estado também outros, iguais mas diferentes deles”. 
Nessa altura, em 1988, éramos só rapazes. Mesmo por esses arraiais fora era raro encontrar uma banda filarmónica com raparigas nas suas fileiras. Para começar a minha vida de músico a Banda deu-me um boné novo e um casaco já usado por outros rapazes mas que naquela altura estava vago à espera de um corpo com o meu tamanho. O resto ficava por minha conta. Ainda me lembro do dia em que a minha mãe me comprou a camisa e me levou a tirar as medidas para que me fizessem as calças na Casa Primavera. É fácil recordar o riso do alfaiate enquanto me perguntava tentando adivinhar: “és tu o novo requinta da Banda”? Comecei a perceber aí que a Banda Musical de Arouca era muito mais global do que poderia supor. 
A casa de ensaio era onde hoje fica parte do edifício da Biblioteca Municipal. A porta de entrada era castanha e estava usualmente nua e sempre um pouco empenada. Só mais tarde lhe haveriam de colocar um letreiro a dizer: “Banda Musical de Arouca – SEDE”
Nesse tempo, para além de mim (Cebolinha), o “autocarro" de Rossas trazia o Pedro (Giló), o Carlos (Concha), o Fernando Antunes (Rolão) e o Sr. Silvério. Muitas dessas vezes era o Sr. Artur (Pai do Giló e antigo músico da Banda cujo apelido era “Arestas”) que nos trazia e que sempre que eu entrava no carro cantava “Tarari tarari tararira, tararirararirarirarira – Ai que requintinha nós temos”. E ria-se pois era uma frase que alguém do seu tempo dizia e compreendo agora bastante melhor o porquê de a repetir por tantas e tantas vezes. Era um encanto ouvir os seus relatos dos tempos em que os músicos de Rossas ainda iam para os ensaios a pé. E só posso estar agradecido por essa partilha. Do fundo. 
Chegávamos ao ensaio de carro mas muita gente chegava de motorizada. E não havia telemóveis, nem tablets, nem internet. Ensaiava-se os Bailados Egípcios, a Rapsódia Húngara n.º2 ou a Semiramis e nas festas tocava-se ainda as Danças Guerreiras, La Gazza Ladra e a Rapsódia Fim de Festa com a célebre cadência de clarinete onde em Silveiras um dos mordomos, pensando que a rapsódia tinha acabado subiu ao coreto e, enquanto o Jorge dava ao dedo em tão virtuoso solo, dizia qualquer coisa como isto: “Ó Sr. Noites agora tocava mais uma e depois outra lá fora”. Deliciosa lembrança. 
A primeira marcha que aprendi e que se ensaiava por essa altura era o Filarmónico Alegre que, juntamente com a Banda Amizade se tocavam em praticamente todos os ensaios. Faziam ainda parte da caderneta outras como o Hélico em Paris, Viajante Selecto, Zé Pedro, O Fafense ou a mais famosa e que na brincadeira baptizámos de “hino”: Caça e Pesca. Já no palco outras marchas eram usuais como Os Mários, Os Infantes do 6, A Cidade Invicta ou o Pela Ordem e Pela Pátria cujo solo nos ensaios sobrava sempre para mim pois o Sr. Maurício era o único flautista da banda e era raríssimo vir a um ensaio. Custa a crer que na altura só houvesse um flautista mas podem acreditar que é verdade. Na ausência do Sr. Maurício vinha o Franklim. Um músico de elevada categoria e a quem ainda hoje se recorre para consertar os clarinetes cujas chaves se vão empenando. 
Nos ensaios havia sempre um intervalo e a casa de ensaio tinha um pequeno tasco onde se vendiam pacotes de baunilha e sumos para os músicos retemperarem as forças. Isso antes dos mais novos fugirem para o Centro Juvenil para jogar uma partida de ping-pong enquanto o Sr. Aristides não retomava o ensaio. 
Havia outra disposição dos naipes, os trombones ainda eram de pistões e ainda se utilizava o contrabaixo, o trombone de canto e a requinta. Foi nesses meus primeiros dias que se compraram os actuais tímpanos e que me causaram muito espanto na altura pois eram muito maiores e “modernos” que os anteriores. Foi assim um impacto mais ou menos como aquele produzido pela primeira vez que se introduziu a lira no “Comendador”. 
Lembro-me em particular do primeiro ensaio em que passámos a Pop Show n.º4 e eu, no meu cantinho, ia arrepiando. Há uma parte em concreto em que a melodia é introduzida e depois entra a harmonia. Lembro-me do Sr. Aristides mandar a banda parar pouco depois de entrar a harmonia e, enquanto serpenteava os olhos pela partitura, dizia: “Que porra de acordes mais bonitos”… E eu só pensava que ele me tinha tirado as palavras da boca. 
Na minha primeira festa da Rainha Santa Mafalda, depois de montar a requinta estando ainda na casa de ensaio fui desafiado pelo “Sano” de Rossas (Filho do Sr. Silvério) a tocar umas notinhas. Era uma espécie de teste para ver se estava aprovado. O facto de ser muito pequenino provocava alguma desconfiança nos adeptos mais fanáticos da nossa “claque”. Lembro-me de ter tocado alguns compassos do Hélico em Paris e do sorriso rasgado desse meu saudoso conterrâneo que não se cansava de comentar com alguns dos músicos já seus conhecidos: “É dos bons. Este mocito é dos bons”. Muita da chamada mística foi-me transmitida por estes “músicos” que nunca vestiram a farda da nossa banda. Ao “Sano”, junto os nomes do Sr. Isaías, do Rosentino (Malcriado) ou, mais tarde, o Zé Escraviança, o Pinga, entre outros… Como o Sr. Ilídio do talho de Rossas que em tempos tocou clarinete e que sempre que eu ia comprar carne me ensinava posições auxiliares para as notas agudas e que quis o destino que desse o último suspiro em plena praça a ouvir a nossa Banda. 
As academias e conservatórios não abundavam pelo que muitos dos músicos alicerçaram o seu conhecimento nas preciosas aulas recebidas na escola da Banda. Eram as únicas aulas que tinham. Praticamente tudo o que sei de clarinete devo-o ao Valdemar e também um pouco ao Jorge que me deu também algumas lições. 
Depois havia as festas que apresentavam também algumas diferenças quando comparadas com as de agora. A começar pelo facto de, na altura, os foguetes ainda terem cana. De tal forma que numa dessas festas o Saramago levou com um foguete que lhe caiu direitinho no bolso do casaco. 
Chegávamos atrasados a praticamente todas as festas algo que, felizmente, já está corrigido. Em vez de palcos tínhamos à nossa espera coretos minúsculos. Os jogos de futebol não passavam na televisão pelo que Benfica, Porto e Sporting jogavam quase sempre ao domingo à tarde enquanto actuávamos. 
Nos intervalos ainda tinha os amigos do peito para trocar anedotas e gargalhadas enquanto se bebia um copo de sumo. Alguns dos músicos, por vezes, nessas festas fora conseguiam dar uns passeios com as meninas mais bonitas lá da terra. Na missa, para além das músicas habituais, ainda se cantava o “Alegres Vamos” e o “Somos Felizes” e no coreto quase todos os músicos fumavam. E as conversas do Sr. Maurício com o Sousa a que de forma privilegiada assisti são uma das melhores escolas de vida que se pode alguma vez ter. 
Por vezes havia festas com barracas de tiros ou cheias de máquinas de jogos com clássicos como Out Run, Pinball Action, Arkanoid ou Super Hang-On (para os mais leigos é só pesquisar na net por máquinas arcade ou fliperama) onde tantas moedas gastei. 
Íamos sempre no autocarro da Calçada. O corredor estava sempre cheio de malas e, muitas vezes, junto à porta de trás, tinha de caber um tímpano. Os mais antigos ainda se lembrarão daquela viagem em que a certa altura, em plena auto-estrada, parte do tímpano que ia amarrado em cima do autocarro caiu e tivemos de parar para o ir buscar. Isso é que foi uma aventura… 
As malas no interior do autocarro até ajudavam pois eram várias as equipas que se perfilavam para “passar o terço”, termo utilizado para designar “jogar à sueca”. O autocarro enchia-se de fumo pois nessa altura a malta fumava mesmo dentro dos autocarros. 
Fazíamos quase todos os anos a festa da senhora da Saúde nos Carvalhos onde os foguetes caíam frequentemente por cima da multidão e o início de época era quase sempre em Arcozelo onde o Carlos (Aguilhão) ensinou o célebre jogo dos limões. Na primeira vez éramos muitos a participar, todos muito atentos à explicação das regras que, mesmo assim, pareciam difíceis de encaixar. E que o diga o Saramago que quando ouviu a sua deixa lá gritou enquanto gesticulava: “10 limões, 4 bananas”. Foi gargalhada geral. 
E tínhamos também um “criado” que ajudava a montar e a arrumar as tralhas que era o Cuco. Os músicos “profissionais” que nos acompanhavam eram sempre os mesmos e também não escapavam ao baptismo do “padrinho”. Lembro-me que o Pereira Luís, apesar de exímio no saxofone, ficava sempre nervoso antes de tocarmos o Guilherme Tell, trocava constantemente de palheta e combinava sempre o melhor andamento com o Sr. Maurício. O Sousa não gostava muito de solar mas “tocava que se fartava” e estava sempre a fumar um cigarro atrás de outro e a falar de mulheres e futebol. Deixa muitas saudades. O Cravo, apesar de toda a sua qualidade, enganava-se quase sempre no solo da rapsódia “Fim de Festa” e o Raposo era sempre o último a encontrar o papel da peça que tínhamos de tocar. É por isso que ainda nos dias de hoje quando alguém demora um pouco mais a procurar o papel é imediatamente apelidado de Raposo. E o fim da tarde era muitas vezes feito ao som do “Pela Lei e Pela Grei” com o Carlos “Russo” na caixa e o irmão Vicente no bombo a porem à prova a resistência das peles. E outros músicos por lá andavam mas não posso agora falar de todos senão nunca mais saio daqui. 
E já nessa altura a Banda era uma espécie de segunda família para todos. Em muitas dessas festas fora cantávamos os parabéns ao Sr. Silvino que talvez não conheças mas que felizmente alguém se lembrou de eternizar numa foto nas paredes da nossa actual casa de ensaio. E não me lembro de festas em que as duas bandas tivessem de tocar uma marcha em conjunto no final como é hábito nos dias de hoje. Mas lembro as incríveis anedotas do Saramago como aquela de aproveitar os elásticos para fazer umas fisgas para ir caçar passaritos e duma festa em que tive de fugir com o Cinco Tostões de um enxame de abelhas. E lembro ainda uma espécie de mini-canção estranha que se chamava simplesmente “Bababduba” e dava para nos rirmos um bom bocado. E o “padrinho” fazia o famoso truque das cartas pretas e vermelhas e o fenomenal truque da moeda que o hei-de conseguir convencer a retomar. 
Já na viagem de regresso fazia-se a praxe aos mais novos. Mas só depois do Cinco Tostões abrir uma das janelas e gritar para o povo que nos dizia adeus: “Punha-te como um lameiro” e “Filhos criados sem pai”. Um riso. Às vezes havia ainda tempo para gritarmos em conjunto: “Agora é que eu vou cantar! Agora é que eu vou cantar! Agora é que eu vou cantar!” E fazíamo-lo num crescendo ensurdecedor repetido até à exaustão. Depois acabávamos muitas das vezes por cantar a conhecida canção de um anúncio de tv, BRASA, onde usávamos os apelidos dos músicos adaptados à letra. Era uma boa forma de mantermos os apelidos na memória e de os transmitir aos mais novos. Aqui fica um exemplo: 

Parece que é mas não é 
Que gosto que satisfação 
Cebolinha é a bebida que aquece o coração 
Milho, palha e carqueja 
É a sua composição 
Cebolinha é a bebida que aquece o coração 
Cebolinha é a bebida que aquece o coração 

No fundo, embora de forma diferente, não deixa de ser igual ao que nos dias de hoje se vai fazendo na nossa Banda. Os sítios, os processos, e até as pessoas é que são forçosamente diferentes. 
Em 1988 estava a dar os primeiros passos. Agora sou já dos músicos mais antigos. E é mais ou menos isto que vou recordando enquanto descanso. Estou sentado numa pedra, lembras-te? É tramado fazer uma subida longa e enorme. Não consigo fazê-la de outra forma que não seja com os olhos fixos na “roda da frente”. É aquele medo de levantar a cabeça e a imagem imaginada ser diferente da que se apresenta aos olhos. E quando isso acontece dói muito.
Mas, como dizem os Scorpions, o melhor ainda está para vir, não é? 

Nota:
Dos músicos presentes na foto de 1988, os seguintes ainda fazem parte da Banda Musical de Arouca. 

Sr. Correia 
Sr. Garrido 
Aristides Noites “Tidó” 
Valdemar Noites 
José Luís (Repolho) 
José Dinis (Mendonça) 
Eu (Cebolinha) 
Pedro (Giló) 
Beto (Speta Figos) 

Destes nove músicos, eu, o Pedro e o Beto entrámos precisamente nesse ano de 1988.

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