Porque ainda vale a pena jogar...

Confesso que o fim do Commodore Amiga há muitos anos atrás foi um duro golpe do qual nunca consegui recuperar. A minha vida desenrolou-se de tal forma que em tempos o Commodore Amiga, fazendo jus ao seu nome, foi o meu único amigo. Talvez por isso me deixe tantas saudades.  Não soube visualizar a tempo uma transição natural para a Megadrive embora acredite que os meus pais, na altura, não estivessem para aí virados. E ainda bem pois dessa forma o Commodore Amiga sempre se manteve para mim como a referência máxima no mundo dos videojogos e das boas recordações dos melhores amigos.
Depois disso vieram anos difíceis na faculdade acompanhados de um longo jejum de minha parte em relação ao mundo dos videojogos. Ainda cheguei a fazer umas "gracinhas" com a PSOne mas pouco mais do que isso. As dezenas de jogos que fui adquirindo e que ainda possuo para a Ps2 ou para a Xbox, por exemplo, mais não foram do que uma mera formalidade para compor a minha razoável colecção que anda cá por casa pois poucos foram os minutos dispensados a tais máquinas. Não sei. Custou-me a habituar a jogar "a solo". Por vezes, quase parecia estar a fazer algo de errado apenas pelo facto de estar sentado a jogar. Pura idiotice, claro!
Depois veio a Wii e a primeira impressão até foi a melhor. Jogar ténis de forma diferente até parecia engraçado a princípio e o facto de nunca ter possuído qualquer consola da Nintendo anteriormente abria-me a porta a novos horizontes, autênticos clássicos exclusivos da marca e que me deixavam com água na boca. Cedo passou essa febre, mesmo reconhecendo que Super Mario Galaxy estava soberbo. Parecia faltar qualquer coisa. Sei lá... Acabava sempre por desligar a consola (nas cada vez mais raras vezes em que a ligava) e acabava o serão em frente ao meu Commodore Amiga a fazer uma maratona de futebol em Kick Off 2 entre outros clássicos...
Até que há dois anos atrás, por altura do Natal me ofereceram uma PS3. Confesso que até fiquei emocionado pois não estava nada à espera e era realmente um presente de sonho. Como sou um seguidor atento deste mundo dos videojogos quando me ofereceram essa consola já eu tinha aqui em casa 15 jogos originais para a mesma comprados aos poucos, em segunda mão, na Game. Foi o tempo de esperar que a noite acalmasse e começar a jogar. A primeira reacção foi: UAU!!! Fiquei completamente rendido. De então para cá foram já alguns os jogos aos quais consegui ver o fim. Destaco a trilogia Uncharted que está fantástica e que apetecia ter acabado logo de um só fôlego sem tirar o comando das mãos fosse para o que fosse. É, de longe, a minha série preferida nesta plataforma. Pelo meio fui também campeão do mundo de F1, conheci um tal de Ratchet que me cativou para o resto da vida e liderei a resistência em Resistance (vou agora a meio da sequela pois o tempo para jogar não é muito). Há ainda Little Big Planet que é um autêntico hino aos jogos de plataformas numa altura em que os FPS dominam o mercado.
Esta PS3, ainda que de forma diferente, conseguiu a proeza de me fazer voltar a trocar jogos com o Pedro passados todos estes anos. Até isso foi uma agradável surpresa.
Descobri que afinal ainda vale a pena jogar. Ainda me diverte e enriquece. É certo que não tem o brilho do Commodore Amiga e das companhias da altura mas foi a consola que me fez chegar mais perto desses tempos. Felizmente há outras razões mas essa parece-me mais do que suficiente para voltar a pegar num comando. Até já.

0 comentários: