Hoje estou assim. Com vontade de desafiar a gravidade. Como se a primeira coisa a fazer depois de levantar fosse pegar na minha capa forrada com um poster do Freddie Mercury e voltar a apanhar a camioneta para o liceu. E uma vez lá, voltávamos a ser nós. Sem mais nada.
Nas minhas memórias o Cheiro Verde ainda cheira a isso mesmo. A música dos Queen no máximo ainda é uma constante. Os meus colegas sentados nas cadeiras da mesma sala de aula não envelheceram nem foram para longe. Não me deixaram. Ainda se emprestam cassetes de vídeo pelos corredores e se levam calças rasgadas e penteados "totós" para agradar às meninas. Ainda estou num tempo em que tudo o que os professores dizem faz sentido sem precisar de estudar grande coisa em casa. Tudo parece simples. Até ter um melhor amigo. Sobretudo isso.
Por vezes começo a fraquejar, a "gravidade" actua e traz-me de volta ao presente. Ao aqui e agora. Tão longe de tudo onde fui tão feliz noutros tempos e de uma outra maneira. Mas hoje é dia de desafiar essa gravidade. Hoje vou ganhar ou, pelo menos, manter-me no ar mais tempo. Até o Freddie Mercury desapareceu para tornar tudo ainda mais difícil. Mas ficou o Brian May para me trazer este excelente "Defying Gravity" na voz divina da Kerry Ellis. E eu vou ficar aqui com a música no máximo enquanto me aguentar no ar desafiando essa maldita gravidade.
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