O Padre José Moreira Duarte

Em 1990 foi assim. Era dia de festa pela chegada de um novo padre mas também, e sobretudo, tempo de agradecer a quem connosco tinha estado muitos anos. E quinze anos não são quinze dias; são muitas coisas. É ser parte de um povo. É conhecer a terra e as gentes e tomar parte das suas alegrias ou preocupações.
Recordo-te tal e qual como na foto acima embora esta seja uma prova irrefutável de que o tempo não demorou a passar por todos nós. Contigo fiz as minhas comunhões, a primeira e a outra, mais solene. Foi contigo atrás do altar que participei nas minhas primeiras eucaristias aos domingos de manhã a cantar no grupo coral dos mais novos que me traz tantas e tão boas recordações. Isto num tempo em que a missa ao sábado, para mim, começava meia hora mais cedo pela mão da minha mãe que me levava para a capela atempadamente para arranjar um lugar sentada, tantas vezes ao lado da avó do meu amigo Eduardo. E isso às vezes doía-me um bocadinho pois coincidia com o Sport Billy, o Homem Automático, a Galáctica ou o Buck Rogers no século XXV.
Talvez por ser ainda bastante novo quando deixaste a nossa terra as memórias que guardo não são em grande número. Mas são-me bastante queridas e isso, para mim, basta.
Recordo com saudade o tempo em que foste meu professor de Educação Moral e Religiosa no 7.º Ano e, em particular, aquele dia em que ao reparar no caderno do meu amigo Tono disseste, a propósito da sua caligrafia, que tinhas lá em casa uma galinha que "esgravatava" melhor... Um pormenor delicioso que permaneceu na minha memória.
Aquilo que te queria agradecer mais do que tudo é o facto de teres sido um dos que esteve presente na escritura da fundação do Grupo Cultural e Recreativo de Rossas em redor do qual se foram desenhando os melhores momentos da minha vida. E isso eu não posso esquecer. Nunca.
Queria ainda dizer-te que gostava que tivesses ficado mais tempo. Também agora, entre nós; mas sobretudo há vinte e dois anos atrás quando partiste para Lamas. Soube a pouco. Tão pouco que nem deu para ser ainda melhor.
Até sempre.

P.S: Dá um abraço à minha pequenina irmã Helena que faria hoje precisamente 40 anos.

5 comentários:

Anónimo disse...

Lembro-me perfeitamente deste dia... Fomos os dois , eu e tu, entregar-lhe uma salva de prata... ;)
é mesmo como dizes... Foram poucos anos que passamos juntos... Mas os suficientes para despertarem um carinho enorme...
Lembro-me que deixei um Senhor em Lamas cheio de pena de mim quando chorava desalmadamente a despedir-me do Pe Ze Duarte na sacristia...
Bom Homem!!!!

Que descanse em Paz!!!

Marta Soares

Elisabete Soares disse...

O Padre Zé faz parte das minhas memórias. Lembro-me de ter ficado muito triste quando ele deixou a freguesia de Rossas, para ir para Lamas. Um homem educado, simpático, amigo dos jovens e com bom humor. Com ele também fiz as minhas duas comunhões. Guardo muitas e boas memórias do Padre Zé. Lamento muito que tenha chegado a sua hora. Espero de coração que onde quer que ele esteja, pelo menos seja em Paz.
Até já, Padre Zé!

Anónimo disse...

deixa muitas saudades,foi ele que celebrou o meu casamento, baptizou a minha filhae foi muito prestavel a poroquia de Rossas.boas recordaçoes.que descançe em paz.


Camen Ferreira.

Luís Silva disse...

Até sempre meu amigo!descança em paz.

sara disse...

Também para mim o Pe Zé Duarte é uma grande referência.Faz parte da minha história de vida, das minhas memórias sobretudo de infância, por isso... as melhores.
Um bom amigo...
É com um sorriso e saudade que lembro as suas gargalhadas espontâneas e traquinices, os seus conselhos, o seu ar sempre simpático e bem disposto, a sua disponibilidade e a forma carinhosa com que sempre me tratou.
Foi com tristeza que soube da sua "partida" ...
Ficará sempre aqui no meu "cantinho" reservado aos mais "especiais"!