Obrigado Torres...

Nunca te vi jogar. As únicas imagens que tenho tuas como jogador de futebol são aquelas de arquivo que passam, de quando em vez, na televisão. Por incrível que pareça, tenho mais presente as tuas façanhas com a camisola do Benfica e da Selecção Nacional através dos relatos de outros benfiquistas um pouco mais velhos onde se destacavam o meu tio Picatojo e o Isaías do Paço. Atravessaste no Benfica toda a década de 60, aquela que ainda hoje é recordada por todos os cantos do mundo como a década do temível Benfica. Resta-me agradecer-te os inúmeros campeonatos, as várias finais europeias e aquele terceiro lugar no Campeonato do Mundo de Inglaterra em 1966.
São, de facto, memórias um pouco turvas dum tempo ainda escrito a "preto e branco".
Mas o preto e o branco dariam lugar, mais tarde, ao colorido da nova televisão que chegava lá a casa. Por essa altura ocupavas já o cargo de seleccionador nacional. A célebre frase: "Deixem-me sonhar" ficará na minha memória para sempre como um dos episódios mais bonitos que tive oportunidade de viver neste mundo futebolístico. Sinto ainda à flor da pele todas as emoções daquele Alemanha-Portugal como se o Carlos Manuel tivesse acabado de rematar agora mesmo. E não consigo fazer mais do que agradecer-te apenas.
Paradoxalmente, hoje, apesar de tudo, estás mais perto. Tu, o Bento, o Damas...
Obrigado.
O resto guardo apenas para mim e para os meus botões.

Miguel

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