III Encontro de Orquestras Ligeiras - Porto 2010

Há dias que ficam. Perduram. Entranham-se de tal forma em nós que acabam por se misturar com a nossa história. O dia 16 de Maio foi um deles.
A convite da Let's Groove Big Band a nossa Ola Swing participou no III Encontro de Orquestras Ligeiras que se realizou na Biblioteca Almeida Garrett nos Jardins do Palácio de Cristal.
O dia amanheceu cedo. Era preciso estar de manhã no Porto para fazer o sempre importante "teste de som". Lá cumprimos a obrigação de forma mais ou menos ligeira e seguimos para um repasto agradável onde a boa disposição foi uma constante. Tudo isto enquanto o Agapónis tratava do lombo e um pavão nada tímido tentava seduzir o nosso querido Chiquinho. Depois, como o início estava marcado apenas para as 4h da tarde houve tempo ainda para um passeio pelos jardins do Palácio e para descansar um pouco, pousando o corpo cansado nas costas de uma cadeira e ficar ali a ouvir as maravilhosas histórias do nosso padrinho: o Melúrias. Foi o tempo de presenciar momentos de "ressurreição" com as mais variadas peripécias dos amigos Silvino e dos dois Soares (o dos pratos e o da tuba). O que eles se iriam rir se pudessem ali estar "fisicamente". Mas adiante...
Chegou a hora do espectáculo.
Numa espécie de prelúdio tomou a palavra o Tony Alves que, muito a propósito, relembrou o esforço de cada executante na preparação do espectáculo que iria seguir-se. De facto, trata-se de um esforço que extravaza as dificuldades de execução técnica. É, também, um esforço de "doação". Trocar tempo com a família para poder estar em conjunto com amigos, nos ensaios, a fazer música. Felizmente existem dias como esse 16 de Maio que nos mostram que, de facto, vale a pena. É, portanto, um caminho a seguir.
A tarde iria ser preenchida com a actuação de três orquestras: "La Belle Époque", "Orquestra Ligeira de Bunheiro" e, por último, a nossa "Ola Swing".
Tive apenas oportunidade de assistir à actuação da primeira orquestra e confesso que gostei bastante. Também do conjunto em si mas, sobretudo, da polivalência da cantora/trompetista (Freddie Mercury é o meu cantor favorito, o que também ajudou...), do som dos saxofones e, muito particularmente, da presença e agilidade da minha colega pianista que segui e escutei com especial atenção. Estão de parabéns.
Até que chegou a nossa altura. A hora de mostrarmos, em apenas alguns minutos, o que fomos preparando em longas mas entusiasmantes horas de ensaio. E, embora do palco a percepção não seja a melhor, parece-me que o resultado foi francamente positivo. Tivemos direito a um "encore" e tudo... Como não podia deixar de ser a Micaela lá voltou a cantar "I Will Survive" enquanto o público correspondia de forma impecável (sentado ao piano só dava para ver de forma mais nítida a primeira fila, mas pronto. Era o que bastava...). Até deu para mandar lá umas "improvisações" malucas mesmo no final, mas de forma leve, claro... Senão ainda levava nas orelhas!!! Mas, compreendam... era para tentar segurar o lugar. Nos bastidores, as más línguas já diziam que eu tinha sido dispensado... Eheheh! Estais perdoados...
Depois foi voltar a entrar no carro e fazer o caminho de regresso saboreando cada momento que aquela tarde me tinha oferecido. Momentos que ainda continuam entranhados em mim. E ainda bem. Dá vontade de voltar para o ano. E há uma forte razão para isso: a entrada é livre... Eheheh!
Um abraço.

Miguel, o pianista ("Mãos de Lebre")

1 comentários:

sara disse...

" Mãos de Lebre"??... tá boa essa! Concordo!...
E que há dias espectaculares que nos ficam na memória e nos enchem o coração... também concordo!
Deviam ser assim todos os dias da nossa vida...a fazer o que realmente gostamos.
Esses dias parece que passam a "voar", mas ficam... para sempre, no livro das boas " Memórias" : )
bjts