Arouca não fugiu à regra e, à semelhança do resto do país e de outros cantos espalhados pelo mundo, vestiu-se de vermelho. O Benfica sagrou-se Campeão Nacional de Futebol pela 32.ª vez na sua história e o povo de Arouca saiu à rua, numa manifestação espontânea de alegria.
Em plena Avenida 25 de Abril houve a liberdade necessária para o povo benfiquista exteriorizar a alegria que lhe ia na alma. Soltaram-se os gritos que não mais podiam conter-se nas gargantas. Gente que já não via há muito tempo ou que apenas conhecia "de vista" abraçava-me de uma forma que só o Benfica pode ajudar a explicar. Foi, de facto, uma alegria enorme poder festejar este título na companhia da Odete e da Rita e, ainda em casa, com o resto da minha família (só faltou mesmo a irmã mais velha).
Merecem também uma palavra todos os arouquenses que não simpatizam com o Benfica. Nessa hora, souberam respeitar a alegria alheia e permitiram que a festa se fizesse sempre com grande correcção e fair-play. Que bom seria que assim fosse por todo o país. Mas, adiante...
Esta minha história de paixão começa há muitos anos atrás. Quando ainda mal caminhava, conta a minha mãe que o meu irmão tentava "jogar à bola" comigo no antigo corredor da minha casa de infância. Mesmo ao lado, sentados à lareira da cozinha, os meus pais ouviam com admiração um grito vindo do corredor: "Golo"! "Golo"! Ao princípio julgavam tratar-se de um lapso auditivo mas pouco depois lá voltava o mesmo grito: "Golo"! Golo"! A admiração não vinha da palavra em si, mas do facto de ter sido proferida, não pelo Zé Mário mas, isso sim, pelo pequeno Miguel que ainda mal sabia dizer "Mamã" e "Papá". É com um grande carinho que recordo esta história e com algum orgulho que posso afirmar que "Golo" e "Benfica" estão entre as primeiras palavras que um dia conheci e proferi. Ainda guardo na minha caixa de recordações uma cassete áudio onde, com apenas 4 anos, digo toda a constituição da equipa do Benfica da altura. Tudo grandes nomes do futebol benfiquista e português. O meu irmão apanhou a doença do Benfica através do meu primo Zé Luís Picatojo e facilmente me contagiou também. Sinto muitas saudades das tardes com o meu irmão a ouvir o relato do Benfica quando os jogos ainda eram todos à mesma hora. Ou quando vibrávamos em conjunto naquelas grandes noites europeias...
O tempo passou. O Benfica atravessou uma crise sem paralelo no seu historial. Mas a paixão não esmoreceu. Pelo contrário. E felizmente parece que agora o Benfica encontrou finalmente o rumo certo.
E, um dia, com a Rita sentada no meu colo, vou-lhe contar tudo isto e muito mais. Ela vai saber que, tal como o pai, o Benfica foi campeão nacional no seu primeiro ano de vida. E vou mostrar-lhe as fotos em que ela também aparece na festa e dizer-lhe quem são todas aquelas caras sorridentes. Mesmo aquelas que parecem não aparecer mas que eu sei que estavam lá, tão sorridentes como eu: o tio Armando Picatojo e o Isaías do Paço...
3 comentários:
Ena lá que grande cambada!!
Fracos gostos, mas que se há-de fazer?
Bem, pronto, desta vez estiveram bem... também, há tanto tempo a treinar... já eram horinhas!!!
Um xi-coração à benfiquista mais pequenina, a minha Ritinha... e para os outros.. pronto, levem lá o "bacalhau" : )
Bjts!!!
Boas!!!!!!!!
Apareceste numa foto no discurso directo por causa dos festejos em Arouca da vitória do SLB.hehe
Parabéns pelo titulo foi merecido!apesar dos túneis, dos etc....lol:P:P:P:P
Tenho pena é da Ritinha!! apesar de ser campeã este ano...vai sofrer durante muitos anos:P:P:P:P
LUME
BwT_Rossas
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