Carta aberta ao amigo Alfredo...

Amigo Alfredo...
Encontrei nestas palavras que hoje te escrevo a melhor forma de te abraçar. De forma bem apertada e sentida.
Lembrei-me ontem muito de ti. Por momentos imaginei como seria se ainda andássemos por terras de Arouca numa altura em que tanto o Benfica como o Paços de Ferreira estão a fazer um óptimo campeonato. Teríamos, por certo, muitas conversas animadas a esse respeito.
Deixei-me perder nas memórias...
Por instantes, voltei a estar contigo naquela sala da antiga fábrica do Fernando Antunes, a passar os textos com que idealizaste aquele livro de contos de Natal que ainda hoje guardo religiosamente comigo.
Voltei a caminhar contigo até Drave ou "Covas do Rio" onde havia tudo... menos um rio!!!
Voltei a fechar os olhos dentro da igreja e ouvi-te falar com o teu timbre muito próprio.
Voltei a entrar num carro contigo e a fazer-me ao caminho para assistirmos a mais uma peça de teatro em Marco de Canaveses (ainda hoje me sinto um afortunado por ter visto a "Passarox") ou a célebre "Miséria" no Rivoli na cidade do Porto.
Voltei ainda a ouvir algumas das tuas piadas provenientes daquele teu humor muito peculiar e com que tanto me identifico ("Sete... Setecentos... Sentemo-nos...").
Voltei, certamente, a Valongo, onde jantámos com a Odete e a Zulmira em mais uma noite cheia de tudo o que a vida tem de melhor.
Voltei também àquela noite em claro a montar a cassete de vídeo que o Grupo de Jovens de então teve o prazer de te oferecer (vai ser mesmo estas férias grandes que te vou fazer o dvd, prometo).
E com o teu rosto, vi também o Tono, a Zulmira, a Sandra, a Cati, a Marta Almeida...
E voltei, voltei, voltei...
Fazes-me falta. Fazes-nos falta.
És o amigo que todos deveriam poder ter.
Lembro-me que numa das tuas homilias, no final, disseste qualquer coisa como isto: "Gostava que se lembrassem com carinho, também do padre Alfredo mas, sobretudo, do Alfredo, que por acaso também é padre"...
Eu lembro-me com carinho desse Alfredo. Com saudade. E, enquanto estou aqui, bem longe dos que me são mais queridos, são também recordações como as que me deste ontem que "me ajudam a manter de pé, mesmo quando o que mais me apetece é deixar-me cair".
Obrigado também por isso.
Até breve, espero. Talvez num jantar a combinar para as férias, com alguma daquela malta de Rossas que nós sabemos. Estou certo que todos iriam adorar a ideia.
Parabéns "atrasados".

Miguel

3 comentários:

padre josé alfredo disse...

miguel, obrigado pela lembrança e pelas palavras
realmente foi um tempo rápido mas cheio de graça, ainda que tenha faltado ao rio nas covas...
mas houve tanto que não pedimos e Deus e as pessoas deram
abraço, pe alfredo (digamos, josé alfredo)

sara disse...

Então muitos parabéns (atrasados) ao Pe. Alfredo!!!!
... Sem duvida que para os jovens de Rossas para além de uma referência é um "marco" no percurso. Infelizmente só me dei conta disso um pouco tarde e não aproveitei mais vezes a sua companhia e os seus ensinamentos : )
Um abraço de amizade!!... ao Padre Alfredo e a ti, Miguel, por partilhares mais esta mensagem!!

A. J. Brandão de Pinho disse...

Deixa-me aproveitar aqui a boleia do Miguel para dar um abraço a esse Grande homem que os Rossenses também tiveram o privilégio de conhecer e com ele aprender a ser e estar...

Muitos Parabéns Pe. Alfredo!