Aonde é que pára a polícia?

Leslie Nielsen deixou-nos. E ao partir deixou ficar uma sensação estranha de vazio como se acabasse de partir um cúmplice de boa parte dos momentos mais queridos da minha adolescência.
Lembro-me das minhas visitas diárias ao clube de vídeo acompanhado pelo Pedro onde foram tantas as vezes em que ficávamos com a cassete do "Aonde é que pára a polícia?" na mão a relembrar todas as peripécias com que nos fazias rir na película. Foi precisamente por sugestão do Pedro que alugámos esse mesmo filme para vermos num sábado à noite em casa da Sara. E como era bem diferente (para melhor) das comédias que estávamos habituados a ver na altura. Lembro-me que nessa noite para além da "seita" habitual também o Luís do Selmo foi connosco e adormeceu a meio!!! E como nós no final não nos cansávamos de dizer: "como é possível ter adormecido num filme destes"... Ri-me até não poder mais. E como tenho saudades de o fazer contigo...
Haveríamos de ver o segundo filme mais ou menos da mesma forma e como eu recordo com carinho aquele dia em que o Tono a conversar, por tudo e por nada dizia: "Vi uma cena parecida com essa no Aonde é que pára a polícia 2 1/2". O que nós o gozávamos depois disso...
Hoje este tipo de humor está presente em inúmeros filmes mas, na altura, era ainda um caminho a desbravar. De tal forma que quando saiu o terceiro capítulo fui vê-lo ao Porto, propositadamente, com o Zé Mário e com o Pedro. Metemo-nos no autocarro da Calçada e lá fomos nós até ao extinto cinema Charlot na Boavista. Lembro-me de nos desmancharmos a rir com aquela introdução onde apareciam os "carteiros descontentes" numa paródia ao filme "Os Intocáveis". Momentos mesmo muito bons e que me saltam sempre na memória quando olho para os dias que fizeram a minha adolescência. E eu tenho saudades...
No cinema acabaria ainda por ver "Drácula: morto mas contente" e "Mr Magoo" embora já numa altura em que este tipo de filmes entrava num período de saturação... No entanto o Drácula tem o sabor especial de me recordar o primeiro dia em que me sentei ao lado da Odete numa sala de cinema. E isso não tem preço... (Obrigado Pedro).
Mais tarde já com as potencialidades que a internet proporciona acabei por trazer cá para casa a saga "Aeroplano" onde, embora de forma mais solitária, me ri a valer.
Resta-me agradecer-te por hoje, sobretudo no papel de "Frank Drebin", me teres trazido de volta o Zé Mário, a Sara, a Célia, o Pedro, o Tono, o Sérgio, o Carlos, o Luís, o Paulo das Silveiras, sei lá... Todos esses que me fazem lembrar os dias solarengos sentados no muro da velha escola primária.
Obrigado.

1 comentários:

sara disse...

E que grande saudade desses tempos despreocupados e alegres, na companhia de um espectacular grupo de amigos!!! Muito bom relembrar!! : )