Foto tirada em Abril de 1996.
Da esquerda para a direita: Miguel Brandão, António Almeida, Isabel Brandão, Joaquina Costa, António Tavares, Nuno Silva, António Jorge, Fernando Brandão, Pedro 'Galgas' e José Mário Brandão.
Foi no dia 17 de Agosto, há já alguns anos atrás, que estava ao serviço da Banda Musical de Arouca na Trofa e recebi um telefonema da Odete a dizer que tinhas partido. Assim, sem mais. Sem um "Até amanhã se Deus Nosso Senhor quiser".
Passados todos estes anos são ainda bem nítidos alguns dos momentos que partilhámos. Enquanto que ao rever a gravação da "Fábrica de Malucos" todos os outros te vêem como um médico com a sua inseparável "pasta" eu consigo ir um pouco mais além. Avanço um pouco mais no tempo e volto a ver-te sair daquele ensaio até ao adro da capela à procura de uma pedra para colocar dentro da pasta apenas para fazer algum peso, lembras-te? O que nos rimos quando voltaste... Como gostavas muito de pregar partidas voltaste talvez com a maior pedra que poderia existir no recinto da capela e ela lá permaneceu dentro daquela mesma pasta até à última das actuações. Só mesmo tu...
E quando te foram confessar que estavam com diarreia e tu aconselhaste a beber azeite? Ahahah... Cumpriram a tua receita à risca e depois andaram uns tempos que te queriam bater. O que tu te rias a contar isto. E, de cada vez que contavas, a história parecia ficar cada vez ainda mais engraçada.
E daquela vez em que apenas no dia da actuação te lembraste de fazer aquela expressão dos "grãozinhos" a contracenar comigo? Ai o esforço que eu tive que fazer para não me desmanchar com o riso e tu, naquela fracção de segundo, lá me atiraste aquele olhar maroto como quem diz: "agora desenrasca-te"...
Foste um grande actor. Dos melhores que Rossas teve e dos que melhor revelou a faceta da "improvisação" sempre muito engraçada. É um orgulho para mim ter partilhado o palco contigo em tantas ocasiões.
Hoje quero deixar-te o texto que foi lido no dia em que te dissemos adeus e que a Odete escreveu em nome do Grupo de Jovens de Rossas. Desculpa se hoje te faço esta pequena partida. Espero que a entendas como um sentido "gesto de coração" que se fazem apenas com as pessoas a quem queremos bem.
Um abraço.
Querido Pedro,
A hora é de grande dor. Apesar de te vermos aí, adormecido, parece que ainda não conseguimos acreditar que partiste. Parece que ainda te estamos a ouvir contar as histórias fantásticas que protagonizavas e que nos faziam rir: era uma multa porque ias de mota em tronco nu, era um arranjo de mecânico no carro do Padre Ramos que entregaste com posters de mulheres, era também no palco em que aproveitavas os momentos que não tinhas que falar para beber um copo de vinho que estava lá só para cenário; eras António com barbas e Joaquim sem elas e parece que ainda te conseguimos ver espreitando para a cena a perguntar "Com barbas ou sem elas? Rapado ou barbudo?" e era com esse jeito próprio de dizer as coisas que sabias fazer-nos rir.
Foi deste modo que te conhecemos, a pregar partidas e a espalhar boa disposição pelo grupo de teatro, pelo grupo de acólitos, pelo cantar dos reis coberto com um manteiro, na escola e também no trabalho em que eras conhecido como o "Galgas". Diz-se 'galgo' de qualquer animal que se desloca velozmente. O verbo, 'galgar', significa vencer distâncias, transpor, alcançar depressa alta posição. Foi fazendo jus ao nome que partiste, galgando, vencendo a distância a alta velocidade.
Nós, os jovens de Rossas, ficamos mais pobres mas estamos certos de que também galgaste a caminho do céu e que este está agora mais rico com a tua alegria contagiante.
Da esquerda para a direita: Miguel Brandão, António Almeida, Isabel Brandão, Joaquina Costa, António Tavares, Nuno Silva, António Jorge, Fernando Brandão, Pedro 'Galgas' e José Mário Brandão.
Foi no dia 17 de Agosto, há já alguns anos atrás, que estava ao serviço da Banda Musical de Arouca na Trofa e recebi um telefonema da Odete a dizer que tinhas partido. Assim, sem mais. Sem um "Até amanhã se Deus Nosso Senhor quiser".
Passados todos estes anos são ainda bem nítidos alguns dos momentos que partilhámos. Enquanto que ao rever a gravação da "Fábrica de Malucos" todos os outros te vêem como um médico com a sua inseparável "pasta" eu consigo ir um pouco mais além. Avanço um pouco mais no tempo e volto a ver-te sair daquele ensaio até ao adro da capela à procura de uma pedra para colocar dentro da pasta apenas para fazer algum peso, lembras-te? O que nos rimos quando voltaste... Como gostavas muito de pregar partidas voltaste talvez com a maior pedra que poderia existir no recinto da capela e ela lá permaneceu dentro daquela mesma pasta até à última das actuações. Só mesmo tu...
E quando te foram confessar que estavam com diarreia e tu aconselhaste a beber azeite? Ahahah... Cumpriram a tua receita à risca e depois andaram uns tempos que te queriam bater. O que tu te rias a contar isto. E, de cada vez que contavas, a história parecia ficar cada vez ainda mais engraçada.
E daquela vez em que apenas no dia da actuação te lembraste de fazer aquela expressão dos "grãozinhos" a contracenar comigo? Ai o esforço que eu tive que fazer para não me desmanchar com o riso e tu, naquela fracção de segundo, lá me atiraste aquele olhar maroto como quem diz: "agora desenrasca-te"...
Foste um grande actor. Dos melhores que Rossas teve e dos que melhor revelou a faceta da "improvisação" sempre muito engraçada. É um orgulho para mim ter partilhado o palco contigo em tantas ocasiões.
Hoje quero deixar-te o texto que foi lido no dia em que te dissemos adeus e que a Odete escreveu em nome do Grupo de Jovens de Rossas. Desculpa se hoje te faço esta pequena partida. Espero que a entendas como um sentido "gesto de coração" que se fazem apenas com as pessoas a quem queremos bem.
Um abraço.
Querido Pedro,
A hora é de grande dor. Apesar de te vermos aí, adormecido, parece que ainda não conseguimos acreditar que partiste. Parece que ainda te estamos a ouvir contar as histórias fantásticas que protagonizavas e que nos faziam rir: era uma multa porque ias de mota em tronco nu, era um arranjo de mecânico no carro do Padre Ramos que entregaste com posters de mulheres, era também no palco em que aproveitavas os momentos que não tinhas que falar para beber um copo de vinho que estava lá só para cenário; eras António com barbas e Joaquim sem elas e parece que ainda te conseguimos ver espreitando para a cena a perguntar "Com barbas ou sem elas? Rapado ou barbudo?" e era com esse jeito próprio de dizer as coisas que sabias fazer-nos rir.
Foi deste modo que te conhecemos, a pregar partidas e a espalhar boa disposição pelo grupo de teatro, pelo grupo de acólitos, pelo cantar dos reis coberto com um manteiro, na escola e também no trabalho em que eras conhecido como o "Galgas". Diz-se 'galgo' de qualquer animal que se desloca velozmente. O verbo, 'galgar', significa vencer distâncias, transpor, alcançar depressa alta posição. Foi fazendo jus ao nome que partiste, galgando, vencendo a distância a alta velocidade.
Nós, os jovens de Rossas, ficamos mais pobres mas estamos certos de que também galgaste a caminho do céu e que este está agora mais rico com a tua alegria contagiante.
5 comentários:
Fui levar-te flores... como sempre.
E, como sempre, senti que me recebeste uma vez mais com o teu abraço e o teu sorriso amigo. Sete anos e parece que o tempo não passou, porque relembro cada minuto desse dia 17 de Agosto, com profunda tristeza... Mas, logo se seguida, renascem na minha memória tantas e tantas imagens coloridas, cheias de alegria e vida, dos momentos que vivemos contigo... e foram tantos!!
Um dia, ainda havemos de tomar café juntos! "Aquele café", que antes de ires embora, prometeste que ias tomar comigo... lembras-te?... Um grande ABRAÇO meu querido amigo! Onde quer que estejas, sei que estás a sorrir!...
E OBRIGADA Miguel, por trazeres o nosso Pedrito de novo à ribalta...
: ) um xi-coração também para ti.
Falar mais do Pedro, é dificil depois destes dois comentarios..
Espero que as varias perdas que tivemos em Arouca, e principalmente em Rossas, sirva de exemplo. Principalmente aos jovens (18/25anos) que acerditam ser os melhores pilotos do mundo e adoram a edranalina, sensaçao de liberdade que essas pequenas maquinas nos fazem sentir....
Para aos pais, façam tudo para o vosso filho nao tenha uma maquina dessas enquanto é novo. Nunca lhes digam: "se queres uma moto, vai trabalhar quando ganhares o dinheiro falamos..."
Se realmente for um sonho, ele irá conseguir "esse sonho"...Fala a voz da experiencia...
Voltando ao Pedro, um tipo sempre pronto para a gargalhada, muito influenciavel mas com um bom fundo...
Todos nós sabemos o pqé de "galgas"...Ninguem é perfeito...
Recordo imensos momentos do Pedro, que nos deixou demasiado cedo mas sempre previu que ia juntar-se aos primos cedo...
Mas a maior recordaçao que tenho dele, é a namorada daquela altura ligar-me a perguntar se ele estava a portar bem...
"Pedro, mas ela é a tua namorada, pqé q me liga a mim?Ela mal me conhece.."
Resp.:" Mas confia mais em ti..." riamos a gargalhada dessa situaçao...
Hoje estão de novo juntos...
É verdade...tambem me ficas-te a dever um café...!!Mas agora nao tem pressa...daqui a MUITOS anos, espero eu! :)
Hugo
Fogo! Tenho mesmo de te dar os parabéns, é que ter 3 Bolgues (tal como eu) não é fácil. É preciso muito tempo para se dedicar a eles, para mais quem tem família (mulher, filha... cão e gato lol), profissão, a Banda etc.
Claro que comparado comigo és um "Zé-Ninguém" :p pois se fores ver os meus Blogues, são um pouco diferentes, não têm 93 ou até mesmo 259 Mensagens num mesmo ano lol
Esse recorde ninguém mo tira, mas lá está, "cada maluco com a sua mania" que é como quem diz cada assunto de acordo com a sua natureza. É que uma coisa é ter um Blogue a acompanhar e a analisar as equipas de Futsal cá da terra (futsalemarouca.blogspot.com), ou da Associação dos miúdos Futebolistas (gdrvarzea.blogspot.com) ou mesmo o meu Blogue pessoal, onde falo sobre muitas coisas, mas mais concretamente das minhas "chancadas" ao clube da galinha depenada lol, no meu Blogue (rgoverdadeiroamigo.blogspot.com).
Sim, também faço os textos para o Jornal, já que sou colaborador deste. No entanto, os teus 3 Blogues também estão separados por temáticas diferentes: a paixão pela nossa LIGA de ROSSAS; Os "teus" jogos na COMMODORE :p mas sobretudo os vôos que só tu consegues fazer no teu "AVIÃO DE PAPEL", em que relatas as tuas histórias passadas, recheadas de simbolismo, nostalgia e boas memórias e é mesmo uma memória bem viva, presente e que perdura, prevalece...
Eu nesta tua mensagem "Uma pequena partida ao amigo 'Galgas'" estive tão mal, li tudo, cheguei ao fim e era assim para mim, ai quem é este gajo, afinal? Pedro, que partiu? (terá emigrado, casado???), motas, que fazia Teatro, que contava umas 'galgas', não estou a ver, mas pronto também como saí daí de Rossas com apenas 4 meses de vida, embora conheça mais (e melhor) pessoal aí de Rossas (da sempre minha terra) do que de Várzea.
Só depois abri os olhos, caí em mim, era o Pedrito, o PEDRO FERREIRA, que a esta hora deve de andar a caminhar lá nas nuvens, ou melhor a assapar (mas o destino infelizmente já estava traçado, é assim a vida, o primo António Sérgio felizmente escapou e já passou por cada uma, eu nesse aspecto, acredito no destino já estar traçado, só pode, não há outra explicação) da Fontela, filho do Sr. Alfredo (terrível, 1º ter o azar na guerra, depois ter 2 filhos e perder os 2, é mais do que dose, já perder um é incompreensível, agora 2). Aqui trouxeste tudo à memória, não é que a gente se esqueça, mas às vezes só falando é que voltamos a viver as coisas, dá para nos rirmos do que aconteceu mas também dá para ficarmos muito tristes e com muita saudade. Ele, a Stéphanie, lembrar-me deles no Liceu ou em Rossas é tão estranho...
Encontrava-o quase todas as semanas, ou quando ia à Fontela a casa da minha prima ou da minha costureira ou então na Barroca, muitas vezes estava lá eu com a minha mãe a falar com a Emilinha (por volta das 12h) das compras e tal e lá chegava ele do trabalho, calças todas sujas do trabalho, vinha comprar tabaco, sempre o mesmo "man" de sempre "então Garrido, outra vez aqui, mais vale arranjares aqui casa (lol), então tá td?" e assim a gente ia-se vendo, já que ele tinha deixado a escola e tinha começado a trabalhar naquilo que parecia gostar...
Nunca tinha perdido o rasto dele embora nos encontrasse-mos menos vezes do que quando ele estudava na ESA. Até um dia, um fatídico começo de tarde de um DOM de AGO, hora de almoço por aí, ouvi umas sirenes de ambulância mas nunca imaginei tal coisa (foi dos 1ºs acidentes que me levaram entes queridos, já tinha perdido uns primos em Cela em '89 mas fora isso, daí para cá já lhe perdi a conta, ai estrada como tens sido de más recordações...) e "lirca" passou em frente a minha casa a dar a notícia como se fosse uma "grande" notícia, uma grande coisa mas eu nunca associei de quem se tratasse até porque ela nem sabia explicar quem era, apenas que era de Rossas e eu como conhecia meio-mundo lá, nunca me passou pela cabeça que fosse ele, o "man" que eu encontrava sempre na Barroca, enfim é a vida...
Como disse, às vezes parece que pensar nisso faz tão mal, saber que não vamos poder mais estar com ele mas por outro lado, sentimos que valeu a pena, conhecer uma pessoa assim e sobretudo não devemos "chorar porque acabou mas sim sorrir porque aconteceu".
Aproveito também para alertar os jovens para que não se metam em aventuras, não queiram ser heróis, vencer a adrenalina, ultrapassar os limites, há que ter juízo e motas gosto muito, sempre gostei... mas é de vê-las ao longe (é que 1º os meus primos, depois o Rochita, o Pedrito etc., etc., etc.), e vidas ceifadas e nos seu auge (tudo na casa dos 20 e poucos) é muito doloroso.
Abraço MIGUEL e continua aqui a "trazer bons retalhos da tua memória", a não ser que queiras antes falar do Frangueiro ROBERTO lol
Porte-se bem... mal!
RG
Num sorriso pintei a sombra duma lagrima,num sonho desenhei o paraiso,numa onde do mar deixei os meus desejos,numa estrela do ceu abandonei os meus medos e nesta mensagem deixo a magia de um sentimento que ilumina apenas uma intensa e infinita palavra da vida: a tua existencia".
PEDRO fui um prazer imenso ter-te conhecido miúdo... e para mim serás sempre um miúdo... irreverente :(
RG
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