Voo Nocturno
Jorge Palma
Jorge Palma
Agora já não vejo o sol
Nem o seu reflexo lunar
Levo as asas nos bolsos
E o coração a planar
Neste voo nocturno
Não sei onde vou aterrar
Sinto as nuvens nos meus pulsos
E o leme sempre a consentir
São sempre os mesmos ossos
Que eu insisto em partir
Neste voo nocturno
Só quero mesmo resistir
Neste voo nocturno sou mais leve do que o ar
Neste voo nocturno não sei onde vou acordar
Em baixo há manchas no canal
Mas eu não as quero ver
O aeroplano está frio
E as hélices a ferver
O nariz do avião
Só obedece a quem quiser
Agora não existe nada
O meu motor “ao ralenti”
Vou revendo em surdina
Tudo o que eu vivi
Neste voo nocturno
A madrugada vem aí
P.S.
Estejas tu onde estiveres…
“Que nunca caiam as pontes entre nós”…
2 comentários:
Mas esta ponte é fantástica... "Até vai dum lado ao outro"! Eheh! Fizeste-me lembrar quando, um dia, um amigo me falou acerca das pontes não terem sido inventadas para se ir até meio... Parece básico, mas é importante para mim compreender que nas relações com as pessoas, e em tudo o que fazemos, é importante chegar ao outro lado de nós, estar todo do lado lá, e regressar depois transformado...
Esta ponte em particular também me fez lembrar quando, em pequena, a tinha de atravessar com a minha mãe... Ela ria-se e eu não percebia quando lhe dizia que não queria ir a "pont-a-pé"! Ehehe! Bem, acho que não me faz lembrar mais nada "ponte final" Beijoca
As pontes que nos ligam, ao contrário das outras pontes, não se deterioram,... têm bons alicerces... Com o passar dos anos, tornam-se ainda mais sólidas e imponentes! :)... não cairão com toda a certeza! :)
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